OLHO DE HORUS

 

Lendas e Mitos do Egito

Os historiadores consideram que o Egito existiu a partir do ano 3.100 a.C., quando o Faraó Menes unificou o país, até o ano 30 d.C., quando Cleópatra se suicidou após a invasão dos romanos. Mas quando queremos falar da religiosidade egípcia temos que levar em consideração todo o período em que aquela região foi habitada, ou seja desde a pré-história, quando as tribos nômades da Europa chegaram ao Norte da África, atravessando o mar Mediterrâneo.

A Grande dificuldade é que não temos textos lineares deste período, mas fragmentos. Os principais textos são o Texto da Pirâmides, o Livro dos Mortos, o Texto dos Sarcófagos e as interpretações do grego Plutarco. Além do mais o egípcio era guerreiro, quando conquistava um outro povo assimilava os deuses incorporando-os a cosmogonia vigente. Quando um Faraó subia ao trono, os deuses que ele venerava passavam a ser venerados pelo povo, e os sacerdotes re-escreviam a estória como se sua origem estivesse na cidade oriunda do Faraó. Quando Menes, unificou o país e fundou a cidade de Mênfis, as Muralhas Vermelhas, existiam cerca de 740 deuses diferentes. Quando vemos referências a estes deuses, encontramos muitos aspectos incoerentes, divergentes, confusos.

A Criação do Mundo - Segundo a lenda, Atum foi o deus que criou-se a si próprio pôr um esforço de vontade e a luz do sol. Como não tinha companheira uniu-se a própria sombra e teve dois filhos gêmeos: Shu e Tefnut, este casal deu origem a todos os outros deuses. Atum tinha um olho só, que podia sair sozinho enquanto dormia. Certa vez Shu e Tetnut sairam e se perderam, o olho de Atum saiu a procura dos dois, como demorasse muito a voltar, Atum, que estava cego, criou um segundo olho. Quando seus filhos voltaram o contentamento foi tanto que o primeiro olho, que fora colocado sobre a sombrancelha do segundo chorou, esta lágrima chamada de Num, criou a humanidade.

Num é na realidade a cheia do rio Nilo. Quando o delta é inundado, peixes e rãs procriam. Como não entendiam perfeitamente o ciclo da vida, acreditavam que estes animais eram criados pelos deuses. Acreditavam ainda que os homens eram descendentes das rãs. Uma segunda lágrima transformou-se numa serpente empinada e coroada que deu origem aos Faraós. Shu e Tefnut tiveram dois filhos Geg, a terra e sua irmã e esposa Nut, o céu. Estes dois criaram toda a natureza, plantas e animais. E tiveram quatro filhos Ísis, Osíris, Néftis e Set. De Ísis e Osíris nasceu Horus.

O Sol - Na incoerência dos textos há duas versões principais para Rá, o sol. Numa Atum criou-se a si proprio graças a luz do sol, em outra quando Atum criou o segundo olho, este era tão brilhante que transformou-se no sol. Em ambos Atum está diretamente ligado ao sol e a criaçao do mundo sendo pôr isso chamado de Atum-Rá. O sol era respeitado como um deus maior, para muitos o primeiro deus que permitiu que atum viesse a vida. O sol era temido e adorado pelos egípcios, a leste o sol causticante do deserto, de outro, o sol generoso que seca as águas de Num transformando a terra fértile rica, cheia de rãs, e deixa o Rio Nilo repleto de peixes, todos elementos importantes na alimentação e economia egípcia.

Ainda por não entender o ciclo natural da vida, acreditavam que a Águia era filha do Sol e da Lua, a noite a Lua depositava os ovos no alto da montanha. O Faraó, vigia o seu povo pelo olho da águia o animal que voa mais alto e por mais tempo ficando associada a Atum-Rá. No desejo de ter uma representação gráfica disso tudo os artistas egípcios criaram o Olho de Atum, mais tarde chamado de Olho de Horus. Na figura, o Olho de Atum que está no Museu Egípcio do Cairo, e que foi encontrado no peitoral de Tutancamon no envólocro da múmia, sugerindo que os Faraós usavam este colar como símbolo real.

Mas também o sol, era usado em pingentes e colares pelo povo, com o mesmo significado, a crença na existência de um Deus, superior e que foi o princípio de tudo.

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Olho de Hórus - Como já explicamos anteriormente, os deuses dos vencidos eram incorporados aos deuses egípcios. No decorrer do tempo existiram 15 Hórus diferentes. Como havia uma divisão entre os deuses reais e os deuses populares,, e como Hórus teve suas histórias fundidas em várias etapas, Hórus passou a ser o principal deus, aceito pela realeza e pelo povo. Houve também um Faraó chamado Hórus, assim os sacerdotes substituiram Atum por Hórus, que passou a ser o deus que se criou e criou os outros e tudo mais, e que era encarnado na figura do Faraó. (Vê-se que em esoterismo, o Olho de Hórus, o Sol e a figura do Faraó, têm o mesmo significado, a crença na existência de Deus).

Mas os Hórus reais e populares eram diferentes. Na realeza o Faraó era o próprio Hórus que vigiava seu povo com o Olho de Hórus na águia. O povo, adorava um Hórus, provavelmente "importado"de Usire, na Síria, como filho de Osíris, ao contrário do real que era filho do Sol.

A lenda de Osíris é tratada com muitos detalhes tanto no Texto da Pirâmides, escrito pelos sacerdotes de heliópolis, como no tratado de Plutarco. Resumidamente Ísis e Osíris se apaixonaram ainda no ventre materno e quando nasceram Rá reconheceu Osíris como seu herdeiro. Tornou-se Faraó, secedendo seu pai Geb. Ensinou a seu povo como cultivar a terra, como pescar e como construir cidades, deixando Ísis no poder durante esta missão. Durante este período governou com a ajuda de sua filha Tot, muito assediada pelo ambicioso Set, filho de Aso, rainha da Etiópia. Quando Osíris retornou, Set com 72 conspiradores mataram Osíris, jogando o corpo esquartejado no Rio Nilo e subindo ao trono. Ísis encontrou o corpo do marido todo junto sob uma raís e conseguiu ressucitá-lo, mas Osíris não quis mais governar entregando o poder a seu filho Hórus. Mas Set transformou-se numa serpente envenenando Hórus, que doente ficou cego. Ísis suplicou a Rá pela sua cura e este assumiu o trono, voltando a enxergar, e o Olho de Hórus passou a ser adorado como um símbolo com poder de cura dos males do povo.